Oi meus amigos,
Estou de volta! Foi um pesadelo e um sonho, ao mesmo tempo, tudo o que aconteceu nos últimos dias. Foram os melhores e os piores momentos da minha vida.
Bom, primeiramente, gostaria de agradecer a dinda Riti por ter atualizado o blog na minha ausência. Sei que ela já relatou muitos fatos, mas gostaria de escrever com as minhas palavras...
Tudo começou no dia 26 de dezembro, às 7h da manhã. Eu havia passado a noite sem dormir com muita tosse, congestão nasal e falta de ar (ainda "aquela" gripe que havia contado aqui no blog). Pedi ao Júnior que ligasse para o meu obstetra Dr. Marcelo Keil. O celular do mesmo estava desligado. Então, decidimos ir direto à Clínica dele em Novo Hamburgo. Chegando lá, ele ainda não estava no consultório. Só chegaria às 9:30. O celular continuava desligado. Então, tentamos, por telefone, o Hospital da Unimed (o qual estava programado para ganhar os bebês). Para minha surpresa, eles não tinham emergência, nem plantão médico. Tentamos, então, o Hospital Regina, o qual nos informou que tinha emergência pelo Ipê (meu plano de saúde) para gestantes. Não pensamos duas vezes, fomos "voando". Solicitei à secretária do Dr. Marcelo que avisasse ele.
Chegando ao Regina, fomos muito bem atendidos. Atendimento rápido, ágil, atencioso. Enfim, muito bom mesmo! Bom, posso dizer hoje, sem dúvida, que estou viva graças ao trabalho dos profissionais do Hospital Regina. Fui atendida, inicialmente, por dois médicos, um Clínico Geral (o qual não lembro o nome) e uma Obstetra, Dra. Marilene. Ela foi maravilhosa! Ela viu que estava com a pressão alta e, imediatamente, já solicitou o exame de proteína na urina, exame este que verifica se a gestante está desenvolvendo uma pré-eclâmpsia. O clínico solicitou um raio x para ver os pulmões e fiquei em observação, fazendo um soro no centro obstétrico.
Neste meio tempo, a obstetra solicitou uma ecografia para ver os bebês. No caminho para o exame, eu me senti muito mal e tivemos que retornar sem concluir a eco. A Dra. Marilene ficou assustada e chamou o médico chefe da UTI do HR, Dr. Luciano Fulaneto, meu anjo da guarda...
Diante de todos os resultados dos exames, eles concluíram que eu estava com pré-eclâmpsia, pneumonia e suspeita da gripe H1N1. Nossa! Imaginem a minha cara e a do Júnior, ouvindo tudo isso...
Bom, fui então internada na UTI do HR no dia 26 de dezembro, segunda-feira. Isolada! Todos os profissionais e visitantes, que entravam no meu leito, tinham que usar máscara. Foi horrível! Eu realizando o sonho da gravidez, grávida de trigêmeos, feliz da vida, vivendo aquela situação.
Fique na UTI até o dia 28 de dezembro, quarta-feira, em tratamento. Na quarta a tarde, os médicos solicitaram um ecocardiograma porque estavam desconfiados que havia algo de errado com o meu coração também. E eu dizia pra eles que não, que havia feito exames recentemente e que fazia acompanhamento anual com o cardiologista Dr. Nery (plantonista do HR). Pois, para minha maior tristeza e angústia, o exame mostrou uma insuficiência cardíaca. No dia 29 de dezembro, quinta-feira, me entra o obstetra plantonista, Dr. Roberto (muito querido!) no meu leito, minutos antes da visita, e "despeja" a notícia "temos que interromper a tua gestação porque você e os bebês estão correndo risco de vida. Infelizmente, não temos como fazer o teu parto aqui no HR, pois esta semana lotou a UTI NEO." Eu, sentadinha numa poltrona, que haviam me colocado a pouco tempo para sair um pouco da cama, tive que ser forte e tentar assimilar o que estava acontecendo. Logo depois, ele complementou "eu liguei para o Hospital da Unimed e eles têm vaga na UTI NEO para os três. Mas, temos um problema, precisamos que um médico obstetra assuma o teu caso lá e que seja conveniado pelo Ipê."
Bom, pensei, metade do problema está resolvido, vou pedir para o Che ligar para o Dr. Marcelo e está tudo certo. Esta parte vocês já sabem o que aconteceu né? Prefiro pular então.
Conversamos, novamente, com o Dr. Roberto que resolveu então nos ajudar. Ele conseguiu localizar o Obstetra Dr. Daniel, o qual aceitou assumir o caso. Na mesma hora, o HR já providenciou a minha transferência de ambulância para a UTI do Hospital da Unimed. Minha cesária foi marcada para o dia 30 de dezembro, às 14h. Ou seja, no dia seguinte. Agora imaginem a minha angústia, o meu nervosismos, sabendo que estávamos, eu e meus filhos,correndo risco de vida. E pior, esperar até o outro dia, sozinha, num leito isolado da UTI, cheia de aparelhos, inclusive oxigênio, com fome, porque tinha que ficar em jejum. Conseguem imaginar? Esta foi uma das partes mais tristes da minha vida...
Estou, ainda, no hospital. Estou cansada. Já é tarde! Amanhã, continuo a contar.
Obrigada e uma boa noite!